Faleceu no dia 6 de maio de 2018 o tenente-coronel Álvaro Henrique Fernandes. Conhecido como Capitão Fernandes, nasceu em 1943, em Luanda. Enquanto escritor está presente em Força Nova, Antologia dos Novos Poetas Angolanos (Luanda, 1961). Durante o movimento académico de 1962 foi detido e interrogado pela PIDE, em Lisboa. Participou no 25 de Abril de 1974 e apoiou ativamente o movimento popular e revolucionário. Partiu para o exílio em França, como refugiado político, na sequência do 25 de Novembro. Publicou Portugal, nem tudo está perdido: do Movimento dos Capitães ao 25 de Novembro (Lisboa: Ulmeiro, 1976). Em Paris, trabalhou durante um ano como servente de um supermercado e, posteriormente, como jornalista da Rádio France Internationale. Em setembro de 1978 regressou a Portugal e esteve preso, durante seis meses, nos fortes da Trafaria e Caxias. Após libertado teve de recorrer da sua expulsão do exército perante o Supremo Tribunal Militar. Foi redator do jornal Em Marcha e candidato independente nas listas da UDP em eleições legislativas. Foi, ainda, autor de Berços de renda enxergas de trapo (1981), Kianda o rio da sede (1996), Testemunhas de um País Novo (2003). A associação política UDP saúda a memória da vida e da intervenção do Capitão Fernandes e endereça à família e amigos os seus sinceros pêsames por esta perda. Honra ao Capitão Fernandes!