Objetivos da Conferência 2012 - Resolução aprovada na reunião da DN de 4 de março PDF Imprimir
15-Mar-2012
A VII Conferencia Nacional da UDP-AP realiza-se no dia 02 de Junho de 2012em Lisboa, e tem como objectivo debater a Luta de Classes na Crise Europeia.

1- A crise financeira de 2007 ainda está longe de ser superada. O capital procura saídas à custa dos povos e coloca as dívidas soberanas no centro desse ataque. Esta estratégia do capital funciona como rolo compressor de economias, direitos e, até, de democracias. A conferência da UDP-AP analisará o percurso da crise em solo europeu e as respostas da esquerda, com particular enfoque nos países intervencionados.

 2- A Islândia foi apresentada no debate público como sendo a excepção que confirma a regra: um espaço de liberdade, num cenário submissão à dívida. Convém desfazer os mitos, a realidade é bastante diferente. A desregulação financeira deu total poder aos bancos privados neste país, e agora a austeridade é colocada à frente da vontade popular dos islandeses. Afinal, o governo que se diz de centro esquerda, recebe os mais rasgados elogios do representante do FMI, Paul Thomsen.

3- Grécia, Irlanda e Portugal encontram-se sob pesados programas de austeridade. A Grécia, apresentada como a má aluna do grupo, recebeu agora um segundo resgate com condições brutais para o  povo e a economia mas que, ainda assim, ninguém considera que evitem um terceiro resgate. A austeridade é a pedra de toque. A Irlanda, o tigre celta abundantemente referenciado no período pré-crise, não apresenta sinais de melhoria: em 2011, a previsão para a dívida pública para 2014 era de 85,5% do PIB, agora a previsão foi revista para 117% do PIB. Portugal, o exemplo do bom aluno, encontra-se no caminho da destruição da economia, do corte de direitos e já ninguém ignora que é só uma questão de tempo para o segundo resgate. Nestes três países, a destruição da economia continua, paga com elevadas taxas de desemprego e a destruição de serviços públicos e com os direitos laborais a sofrer a erosão da austeridade. Parafraseando Passos Coelho, “não há direitos adquiridos”, logo, todos os direitos estão sob a ameaça de uma estratégia de empobrecimento generalizada.

4- Itália e Espanha pertencem já ao grupo dos que são demasiado grandes para cair, mas não estão imunes ao ataque especulativo. A austeridade já se instalou de armas e bagagens nestes países, com o desemprego estrutural a assumir valores impensáveis. A crise do euro sobe de tom, quando chega às maiores economias da Europa.

5- A austeridade não se compadece de qualquer principio democrático. Que o digam os gregos e os italianos, confrontados agora com governos de tecnocratas, geridos por homens da Goldman Sachs. A finança subiu de facto ao poder nestes dois países. O voto popular foi deslegitimado. A era da tecnocracia sobrepõe os interesses do capital à democracia e, em todos os países intervencionados, o saque da economia é garantido através da  ocupação política.

6- A Europa em crise tem o seu pilar na austeridade e o seu altar nos bancos. Só no dia 29 de Fevereiro, o Banco Central Europeu emprestou aos bancos europeus o dobro do dinheiro que as instituições europeias emprestaram até agora à Grécia, Irlanda e Portugal. As condições que o BCE utilizou para este empréstimo são de sonho para qualquer um destes países: taxa de juro a 1% para empréstimos a três anos, sem qualquer limite de crédito.Quem salva os bancos, escolhe sacrificar países e pessoas à austeridade.

7. Em qualquer um destes países e em toda a Europa, os partidos ditos social-liberais ou verdes foram sugados para a maioria política que impõe a destruição das economias. Na sua estratégia de recuperação da crise e dos lucros perdidos, o capital sabe que só uma maioria política ampla pode sustentar um ataque destas dimensões ao trabalho e aos direitos sociais. À esquerda, toda a resposta e alternativa só pode erguer-se em torno de uma bandeira clara: a recusa da intervenção externa e da política de austeridade. Contra as maiorias políticas que se aliam ao ataque da burguesia europeia, só pode levantar-se uma maioria social que da rua atinja e estilhace o centro austeritário. De greve em greve, de protesto em protesto, a tarefa da esquerda é engrossar e consolidar a luta de massas contra a submissão e o empobrecimento.

Resolução aprovada a 4 de Março de 2012 pela Direcção Nacional da UDP-AP

 
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