Viva a vida - nota de falecimento do camarada Vilson Simões PDF Imprimir
16-Abr-2013
wilson simões

 

 Morreu Vilson Simões destacado anti-fascista e lutador pelo socialismo. Foi fundador da UDP e da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais.

Ainda no tempo do fascismo foi membro da CDE e integrou-se nos CCRml. Após o 25 de Abril, participou ativamente na luta pelos direitos sociais e económicos no concelho da Moita, onde vivia.

Inicio do velório quarta-feira (17 abril) às 14h30 na casa mortuária do Hospital de Santa Maria. Cremação na 5ª feira (18 abril) às 11h30 no cemitério de Camarate. 

 

 Viva a vida

Natural da Moita, terra de grandes tradições de luta antifascista e alfobre de comunistas, Vítor Vilson Simões Freire (n. 28-12-1946foi obreiro da reconstrução do partido comunista logo após o 25 de Abril. Discursou no primeiro comício público do PCP (R), no auditório da antiga FIL na Junqueira, como membro do Comité Executivo, em Março de 1976, data que assinalava os 55 anos da fundação do PCP.

Como militante desempenhou com abnegação e grande humildade todo o tipo de tarefas, incluindo as mais simples e discretas. Mas a sua vida ficou sobretudo marcada pela luta inquebrantável contra a doença renal e pela causa humanitária a que se entregou. Quando o Wilson começou os tratamentos, ia de autocarro de Lisboa ao Estado Espanhol, três vezes por semana. A hemodiálise era um luxo proibido em Portugal e a esperança máxima de vida era sete anos…

O tempo urgia e por isso, em 1985 decorreu uma grande campanha de solidariedade sob o lema “Um rim para uma nova vida”, despoletada por amigos e camaradas de Vilson Simões, na qual este não foi mero recetor mas sim um combatente da primeira linha. Com o apoio de figuras públicas (apresentadores de televisão, jogadores de futebol, etc.), recolheram-se mais de 3.500 contos, o preço da viagem e de um transplante renal no Canadá.

Contudo acabou por ser também um pioneiro: a viagem já não foi necessária, pois Vilson Simões tornou-se o primeiro recetor, no seu grupo sanguíneo, do transplante de um rim em Portugal, há quase 30 anos e com êxito até ao desenlace da sua longa luta pela vida. O dinheiro recolhido foi utilizado noutras causas humanitárias igualmente nobres, nomeadamente na Associação Portuguesa de Doentes Renais (Associação Portuguesa de Insuficientes Renais), de que Wilson foi fundador e Presidente.

Em diferentes graus e patamares da luta de classes, a têmpera comunista de Vilson Simões foi uma constante que o animou até ao último sopro de vida. A maior homenagem que lhe podemos prestar é aprender com o seu exemplo e a sua tenacidade. É a lutadores como Vilson Simões que devemos a existência do SNS para todos e todas. O SNS que este governo bandido quer matar, em prol dos negócios da saúde.

Honra ao camarada Vilson Simões! Viva a Vida!

Alberto Matos

Nota: com importantes notas biográficas de Eduardo Rocha e Carlos Santos

 
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